A ArtWorks acolhe nas suas instalações um programa de Residências Artísticas a que designa Residências Artísticas No Entulho. Desenvolvido desde 2017 pela ArtWorks, este projecto compromete-se a repensar esta matéria segundo duas lógicas distintas: o apoio a artistas e a criação de soluções para uma produção mais sustentável e ecológica. Segundo estas premissas, o excedente retoma uma posição activa no ciclo produtivo prevenindo o seu destino enquanto resíduo.
As Residências Artísticas No Entulho têm um foco claro na produção e são vocacionadas para artistas emergentes. Têm como objectivo a exploração do entulho: uma matéria em constante mutação que os artistas intersectam com o gesto da sua prática.
Neste contexto, são proporcionadas condições de ateliê únicas, conjugando dois tempos de produção – o artístico e o fabril – e a vivência de um lugar que se caracteriza pela sua ruralidade e pelas distintas indústrias. Parte fundamental das residências resulta da simbiose entre esses dois mundos que, por um período determinado de tempo, partilharão do mesmo espaço e usarão os mesmos meios e materiais, embora com diferentes intenções e finalidades.
As residências estruturam-se em ciclos programáticos que impulsionam um ambiente exploratório resultante de uma simbiose criativa entre saberes empíricos e artísticos. No sentido de uma prática mais resiliente, através da qual se fomentam oportunidades de acesso igualitário a recursos, estas residências acompanham o desenvolvimento da ArtWorks afirmando-se como uma das charneiras centrais da organização.
Além de apoiar artistas emergentes – oferecendo-lhes todas as condições para a produção de projectos ou apenas um espaço para a experimentação através de diferentes técnicas e materiais – as residências artísticas têm como objectivo fortalecer a participação da comunidade operária na elaboração de projectos de natureza artística, impulsionando a partilha de conhecimentos empíricos, artísticos e de outras vivências.