Residências

INTRO

A ArtWorks acolhe nas suas instalações um programa de Residências Artísticas a que designa Residências Artísticas No Entulho. Desenvolvido desde 2017 pela ArtWorks, este projecto compromete-se a repensar esta matéria segundo duas lógicas distintas: o apoio a artistas e a criação de soluções para uma produção mais sustentável e ecológica. Segundo estas premissas, o excedente retoma uma posição activa no ciclo produtivo prevenindo o seu destino enquanto resíduo.
As Residências Artísticas No Entulho têm um foco claro na produção e são vocacionadas para artistas emergentes. Têm como objectivo a exploração do entulho: uma matéria em constante mutação que os artistas intersectam com o gesto da sua prática.
Neste contexto, são proporcionadas condições de ateliê únicas, conjugando dois tempos de produção – o artístico e o fabril – e a vivência de um lugar que se caracteriza pela sua ruralidade e pelas distintas indústrias. Parte fundamental das residências resulta da simbiose entre esses dois mundos que, por um período determinado de tempo, partilharão do mesmo espaço e usarão os mesmos meios e materiais, embora com diferentes intenções e finalidades.
As residências estruturam-se em ciclos programáticos que impulsionam um ambiente exploratório resultante de uma simbiose criativa entre saberes empíricos e artísticos. No sentido de uma prática mais resiliente, através da qual se fomentam oportunidades de acesso igualitário a recursos, estas residências acompanham o desenvolvimento da ArtWorks afirmando-se como uma das charneiras centrais da organização.
Além de apoiar artistas emergentes – oferecendo-lhes todas as condições para a produção de projectos ou apenas um espaço para a experimentação através de diferentes técnicas e materiais – as residências artísticas têm como objectivo fortalecer a participação da comunidade operária na elaboração de projectos de natureza artística, impulsionando a partilha de conhecimentos empíricos, artísticos e de outras vivências.

RECURSOS

O Entulho é uma matéria em constante mutação que os artistas intersectam com o gesto da sua prática. É composto por materiais excedentes industriais, pelo saber técnico de quem os opera e pelos equipamentos e processos inerentes a essa relação.

Os materiais, sobrantes ou inutilizáveis de produções de diferentes sectores fabris, podem ser encontrados na ArtWorks, em linhas de produção em fábricas ou estações de tratamento de resíduos.

vidro – aço – alumínio – ferro – fibra de vidro – têxtil – madeira e aglomerados – cartão – terra – pneus – borracha – pedra – plásticos (pvc, pp, pe) – cortiça – misturas betominosas – cerâmicos – cimento, entre outros

Os equipamentos e processos existentes na ArtWorks estão disponíveis para o residente que poderá operá-los directamente ou com auxílio da equipa técnica.

aparelhos de soldar – serrotes – berbequins – rebarbadoras – máquina de cortar em disco – plasma de cortar – máquina de chanfragem – ventosas –cavaletes – material de embalamento – material de carpintaria – equipamentos associados à manipulação de metais (cnc, máquina de quinagem, calandra, máquina de furar, soldar tigue, entre outros) – outros equipamentos (máquina de aspirar, empilhadores, grua, esmeril, máquina de ventosas, máquina de embalar, porta-paletes, entre outros) – departamento de motorizações e electrónica – equipamento de gravação de som e imagem

O apoio técnico será facultado durante a residência para a definição de soluções de produção, fabrico e aprendizagem de técnicas de execução e coordenação de processos.

serralheiros – electricistas – pessoal técnico especializado em vidro e caixilharias – programadores – curadores – arquitectos – designers – engenheiros – apoio técnico das entidades parceiras.